VAI...

Vai... declara-te
insano coração,
grita, explode,
deixa jorrar
esta insalubre
e ingrata paixão.
Desarma o teu quartel,
sacia sua sede,
mata tua fome.
Vai... perca tua razão,
jogas tua rede,
grita o nome
que aprisionas
dentro do peito.
Faças isso agora,
neste momento de loucura.
Antes que voltes à razão,
antes que perca o efeito
da tua embriagues...
Antes que retomes a postura
de sofredor satisfeito.
E ao menos uma vez
sejas insano, louco
e dê a si mesmo o direito...
de viver ao menos um pouco,
ainda que morras de pronto,
que desfaleças em seguida.
Mas... mesmo tonto
terás então... afinal a certeza
que amaste, que viveste a vida.
E ao menos uma vez
viveste sem medo.

Autoria: Marilú Pinho e Silva Carçado

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